Gondomar, Porto e Gaia foram “palcos” para o “Extremus 2019” (VER GALERIA)
- Escrito por Paula Fernandes Teixeira
- Publicado em Cultura
Alguns dos principais palcos do Grande Porto receberam, entre 4 e 18 de maio, mais uma edição do “Extremus – Festival Internacional de Expressões na Música, Dança e Teatro”. Da responsabilidade da companhia “Era uma vez... Teatro” da Associação do Porto de Paralisia Cerebral, que contou com o apoio do Programa de Financiamento a Projetos do INR, I.P., apresentou um total de 21 atividades (desde peças de teatro, música, workshop, dança e conferências). O final foi em Gondomar, nos jardins da Biblioteca Municipal, com a apresentação da coprodução internacional “Mapatge del quotidià (mapeamento do quotidiano)”. ***
Foi em 1999 que a Associação do Porto de Paralisia Cerebral (APPC) arrancou com um projeto que, inicialmente, era anual. Depois, com o passar dos anos e com a “envergadura” e internacionalização que o “Extremus” começou a assumir, o festival passou a ter periodicidade bienal, alargando em simultâneo o período de duração.
Já na 16.ª edição, o “Extremus 2019” ficou marcado pela inovação e pela aposta em atividades complementares ao teatro de (e para) pessoas com deficiência. Um “workshop” para contrariar a ideia de que “para a deficiência qualquer coisa serve” e a conferência “Arte Inclusiva para ocupar ou desocupar” foram destaques do festival internacional que teve o seu final, em Gondomar, na Biblioteca Municipal.
Mónica Cunha, coordenadora artística de mais uma edição do “Extremus”, é linear quando se refere ao teatro inclusivo. “Temos que desmistificar junto dos profissionais da área da cenografia, e do público em geral, a ideia de que um grupo de teatro amador (com atores com ou sem deficiência) tem menos competências ou qualidades que os ‘ditos’ grupos normais...”, realça.
O Centro de Reabilitação da APPC, o Armazém 22 (Vila Nova de Gaia), o Auditório da Junta de Freguesia de Campanhã, o Auditório Horácio Marçal (Junta de Freguesia de Paranhos), a Biblioteca Municipal de Gondomar, a Escola Básica e Secundária do Cerco e o Mira Fórum (Porto) foram os locais escolhidos para as inúmeras iniciativas desta edição 2019 do “Extremus”.
No total foram 21 iniciativas do “Extremus – Festival Internacional de Expressões na Música, Dança e Teatro”, levando a palco companhias e grupos de teatro com atores com e sem deficiência. Peças de teatro, música, oficinas, espetáculos de dança e conferências foram as propostas desta edição.
A conferência realizada a 18 de maio – e que teve como mote a “ocupação/desocupação” – terá sido a base do Festival. “Foi uma conferência provocatória. Abrimos o debate sobre o trabalho nas artes inclusivas e defendemos a ideia de que não estamos a fazer isto apenas para ocupar pessoas – ocupar por ocupar!... – mas porque refletimos, pensamos sobre as coisas, entretemos e difundimos as nossas criações!”, defendeu Mónica Cunha.
E foi nos jardins da Biblioteca Municipal de Gondomar que, na noite de 18 de maio, o “Extremus” assinalou o seu encerramento com a apresentação de uma coprodução internacional: “Mapatge del quotidià (mapeamento do quotidiano)”, da responsabilidade da “Companhia Bancantoh”, do “Era uma vez... Teatro” da APPC e da Companhia de Artes Performativas “Em Movimento” da APPACDM de Ponte de Lima.
Complementarmente ao “Extremus” realizou-se, também, o “Extreminhus”, um espaço e projeto educativo vocacionado para o público infantil que apostou na formação e troca de experiências através da realização de vários workshops e da apresentação de peças especificamente delineadas para os mais jovens.
APPC Porto (APPsound e Era uma vez... Teatro), APCC Coimbra (Grupo de Expressão Corporal da URDPII e Orquestra ligados às Máquinas), APPACDM Ponte de Lima (Companhia de Artes Performativas “Em movimento”), APPACDM Santarém (Teatro Fantasia), Grupo Ceeria, CERCIMA (Movimento Danças Aparte), Companhia Bacantoh, Crinabel Teatro, Grupo de Teatro Alguidar e Indy & Trupe foram os nomes que, de 4 a 18 de maio, “ocuparam” os palcos de Gondomar, Gaia e Porto.
As primeiras 15 edições do festival traduzem-se em 130 espetáculos e na participação de 95 companhias profissionais e amadoras nas áreas de criação em dança, teatro e música de e para pessoas com deficiência. E a edição de 2021 já está a ser planeada...
*** Texto e Fotos enviados pela organização. Fotos: Marlene Fonseca/APPC
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