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updated 6:28 PM UTC, Nov 11, 2024
Informação:
ESTEJA ATENTO: a Plural&Singular faz 10 anos e vai lançar a 28.ª edição da revista digital semestral que dá voz às questões da deficiência e inclusão

Sandra Estêvão Rodrigues (deficiência visual)

Sexualidade & afetos e deficiência visual

 

Vou começar por algumas obviedades que precisam ser interiorizadas por quem ainda não pensou nelas.

1. Como diz a Scout no livro “Por favor, não matem a cotovia”, de  Harter Lee: 

“Acho que só há um tipo de pessoas. Pessoas.” 

Anne Caroline Soares (Tetraplegia)

Em pleno ano de 2015, estamos todos aqui a falar de sexualidade e afetos na deficiência. Para mim, isso já não seria necessário, porque deveria ser algo cotidiano, rotineiro. Mas ainda se faz necessário, infelizmente. E apesar de hoje em dia, o sexo entre os ditos normais, parecer eestar longe de preconceitos, não está. Em muitas famílias, este tema ainda é complicado abordar, o que torna-se urgente descomplicar. Afinal, a família só está ali, porque houve sexo. Na deficiência, isso agrava-se.

Manuel Francisco Costa (paralisia cerebral)

Afetos… ou falta deles

Falar ou escrever sobre afetos e afetividades é, para mim, uma tarefa bastante complexa porque não os tenho, desde muito jovem. Os afetos ou sinais deles são essenciais ao bem estar, ao crescimento e desenvolvimento, à alegria do simples acordar de um ser humano, independentemente da sua condição física e social.

Esclerose Múltipla elemento agregador de Amor

Pois é, foi pela mão da esclerose múltipla que nos conhecemos em abril de 2014 na SPEM [Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla], numa assembleia geral. Em nome da patologia, elemento comum a nós os dois, começámos a frequentar as atividades lúdicas promovidas pelo Energias Múltiplas.

Sérgio Lopes (tetraplegia)

Este diálogo nunca aconteceu na totalidade, mas estas perguntas já me foram colocadas ao longo destes últimos anos.

Na verdade são estas as dúvidas que as pessoas me colocam mas quando se fala sobre a sexualidade ficam mais curiosas e assim que ganham um pouco de coragem avançam com a questão.

Esta pode ser uma boa maneira de as pessoas perceberem que, no fundo, se é difícil ter uma parceira a longo prazo, não é porque fazemos sexo de maneira diferente. 

Sofia Costa (paralisia cerebral)

Tenho sido invadida pela curiosidade "mórbida" ou talvez comum de se pessoas em cadeira de rodas conseguem fazer amor!! ( não tenho problema em falar).

Esterilização de mulheres com deficiência, uma problemática!

Ninguém duvida que vivemos na era do digital, felizmente, somos pessoas muito mais informadas e esclarecidas! Temos informação para todos gostos e atualizada ao minuto. Um clique aqui, outro acolá…, sabemos um pouco de tudo e analisamos tudo como se fossemos especialistas de tudo…! Percebemos de futebol, de política, de economia, de educação, de direito, de religião, de medicina, etc…! Neste frenesim de busca de conhecimento, nem temos tempo para filtrar a informação nem para refletir sobre os conteúdos ao nosso dispor…, por conseguinte, a nossa analise estará condicionada a uma única perspetiva, do autor… nesse caso, somos meros recetores de informação…!